quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Mensagem



Hoje trago mais um artigo da Professora Mariângela que faz uma bonita homenagem ao Aloísio Libânio Rodrigues:
Vocês que andam pela vida precisam perceber que não são somente as pernas que nos levam a tão longe... A mente de todo ser humano é uma viagem incrível!
Por isso hoje, trago para a Coluna Diversidade um pouco da vida de Aloísio Libânio Rodrigues – um ser humano incrível, que ficou paraplégico devido a um a infortúnio (quando mecânico em 22 de janeiro de 74), trabalhando em um reparo de um caminhão tornou-se paraplégico.
Hoje todos o conhecem como o Aloísio relojoeiro, exercendo essa função desde 84.
Sua vida sempre foi regada pela fé, esperança no dia de amanhã ser melhor do que o que passou. Dono de uma espiritualidade imensa, repleto de ensinamentos, sempre está com sua casa cheia de amigos, como bem diz “meus tesouros”.
Depois de ter ocorrido o acidente e ficado três anos internado, sofrendo diversas intervenções cirúrgicas, retornou aos braços e a casa de sua mãe, Maria Etelvina Rodrigues e vive com ela até hoje. Segundo ele, sua mãe “é uma mulher iluminada! Alguém que não é desse mundo, pois não é artificial. É daquelas pessoas genuínas que está sempre com um sorriso no rosto, com Deus no coração, me apoiando sem reclamar, é meu brilho de sol!”.
Em janeiro deste ano sofreu um infarto e se recupera ainda.
Sua filosofia de vida é não prejudicar ninguém, tratar a todos com sinceridade não lamentar. Diz que sua maior alegria é estar vivo e ter nascido de novo depois do enfarto que sofreu.
Para você, Aloísio, uma pequena mensagem para que todos saibam como é bom a graça da vida:
“NO TIC TAC DO SEU CORAÇÃO”

Minhas pernas muitas vezes não me levam aonde desejo
Porém com a mente aberta, o coração em devaneios,
Salto mais alto que muita gente!
Amigos não me faltam, por isso não tenho rotinas,
O ímã que guardo no peito atrai só o que é feliz,
O que passou, passou, meu tic tac é o agora!
A música clássica me embala, tranqüiliza todo meu ser,
Com meu natural otimista levo a vida,
A exemplo de todo relógio vou batendo minhas horas,
Passo a passo, “tictacteando” num tempo bem dosado e feliz.
Sou assim em paz com Deus, tudo aceito!
Minhas pernas não me faltam, apenas vagueiam
Em minha mente – ando mais que muita gente!
Minha mãe sempre ao meu lado eleva-me e anda por mim,
A ela sim devo tudo, meu começo até meu fim.
Lá do céu - José Libânio e Alberto Libânio,
Fiéis escudeiros em tempos idos,
Compreendem bem minha gratidão, minha saudade,
E com luz de arco-íris pintam meu dia-a-dia.

A gente não pode esmorecer, aconteça o que acontecer.
A fé deve vir na frente,
Para podermos existir.
Não esmoreça, lute sempre
Os desafios me “fazem andar”
E como ser humano cada vez mais me ampliar.
TIC TAC, TIC TAC, é assim que deve ser!
O relógio da vida é o prêmio do viver!






Mariângela de Lourdes Coutinho Souza Silva
Professora

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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Dica!


Cuide da sua saúde!

ESPELHO, ESPELHO MEU...






“QUEBRANDO” LIMITAÇÕES




Quando recebi o texto da Professora Mariângela no meu e-mail, me imaginei na mesma cena. Quebrando sem querer um espelho que eu precisasse usar para pentear os cabelos ou fazer minha barba. Comecei a pensar em qual seria minha reação. Mas a conclusão que eu chego, assim como ela, é que sem espelhos ou com espelhos eu posso e consigo viver bem. Assim como sem tantas outras coisas na vida que muitas vezes acabamos “carregando” sem querer (relacionamentos ruins, falta de paciência, limitações, depressões, falta de coragem...). Ah, chega! A vida oferece milhões de oportunidades o tempo todo. Posso escolher usar um “espelho” mas se ele quebrar não vou ficar me lamentando e me cobrando por causa disso. E se o espelho não quebrar, também posso quebrá-lo por vontade própria. São apenas escolhas. Desde que eu saiba que tudo tem um preço e uma conseqüência.
Que tal tentar? Aproveite o carnaval! Quebre os espelhos que te limitam, que te deixam “deficiente” em algum aspecto da vida e você vai entender o que é viver sem limitações.


ESPELHO, ESPELHO MEU!
Mariângela de Lourdes Coutinho Souza Silva
- Professora

Um belo dia o espelho de meu banheiro se quebrou! Fiquei sem espelho. Minha imagem não via mais. E me dirigi ao espelho de meu quarto para passar um batom. Enquanto passava o batom, comecei a imaginar como os deficientes visuais fazem tudo tão bem, sem verem suas imagens refletidas em um espelho.
Então resolvi não olhar mais no espelho. Retirei o batom e comecei a passá-lo novamente nos lábios. Penteei os cabelos, peguei o secador e comecei a secá-los também sem nenhum espelho. Tive um pouco de dificuldade sim, mas ainda queria mais – fechei meus olhos e continuei na “missão quase impossível” de terminar minha escova.
Comecei a descobrir em mim novos caminhos, novas possibilidades, novas maneiras de aprender - o despertar dos sentidos, a conclusão de que somos capazes. E eu era capaz de fazer tudo isso muito bem, mesmo sem me enxergar. E finalmente, abri meus olhos – pois meu cabelo já estava escovado. Corri até o espelho e me vi exatamente como eu queria ver – bonita, com um batom para alegrar mais um sorriso. Sim, sorri de frente ao espelho para mim mesma – talvez por ter conseguido algo que nunca tivesse imaginado, talvez por ter percebido um pouco do que todo deficiente visual passa. E olha que essa pequena dificuldade sentida por mim foi o mínimo diante de tantas barreiras que eles enfrentam num mundo despreparado a receber as singularidades...
Esta foi uma pequena experiência que um espelho me proporcionou. Como nada é por acaso, fiquei pensando em colocar no papel o que me engrandeceu como ser humano nesta oportunidade rápida e simples.
Espelho, espelho meu, existe alguém mais egoísta do que eu? Porque será que nunca pensei nisso antes? Colocar em minha pele a pele de um deficiente visual, de um paraplégico, de um surdo, mudo, e tantas diversidades que encontramos?
Ah... Nossos sentidos têm que ser testados todos os dias para que tenhamos a chance de compreendermos melhor os outros e percebermos também que somos capazes de tudo, mesmo não estando em nosso poder uma saúde 100% . Porque temos a força infinita do aprender interligada com a luz de Deus. Somos luz infinita, cidadãos, cada qual com sua característica, seus defeitos, suas capacidades, mas estamos vivos! E estar vivo é estar preparado!
Por isso caro leitor, quebre seu espelho de vez em quando. Afinal em cada acontecer há um ensinamento. Aprenda a aprender, recupere seus sentidos, vista outras peles, não irá lhe fazer mal nenhum! Afinal, espelhos são para serem quebrados também!
Quebrar um espelho não resultará em sete anos de azar – mas sim proporcionará a você a graça de um dos ensinamentos de Jesus: Amar seus semelhantes, compreendê-los, admirá-los e respeitá-los tal qual o são. E você, quer experimentar quebrar espelhos?
Quer participar também? Faça como a Professora Mariângela e entre em contato com a Coluna Diversidade:
Todas as semanas aqui no Jornal Nova Gazeta e na internet.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Terapia não é luxo!



Como é bom termos saúde! Às vezes passamos todo um período sem nem lembrarmos que é importante cuidar da nossa saúde, mas basta um espirro, uma simples gripe, e a vida já vira inteira de cabeça para baixo: desmarca compromissos, mau humor, cabeça doendo... Imagina quando os problemas são mais sérios...
Bom, o que não podemos esquecer é que nossa saúde depende muito de nossa mente e o que chamamos de saúde mental é um fator essencial para a saúde do corpo.
Nas últimas semanas tenho publicado textos que falam sobre massagens, relaxamento e medicinas complementares. Hoje, trouxe um texto da Soninha Francine, que fala sobre a importância da terapia.
No texto, Soninha lembra muito bem que terapia não é luxo! É um tratamento. “Para dor de dente, dentista. Para dor da mente, terapia!”


Luxo nada
Por Soninha Francine


Foram duas conversas parecidas na mesma semana. A primeira, com uma moça no prédio onde moro. Sente dor nas costas há meses, em parte por estar muito acima do peso. Admitiu que come demais por ansiedade. Os médicos receitaram analgésicos e antiinflamatórios, fisioterapia, acupuntura. E terapia. “Ah, na terapia eu não vou! Fazer o que lá?” “Cuidar de você, oras. Com dor de dente, você vai ao dentista. Com sinusite, ao otorrino. A terapia ajuda a cuidar da angústia, ansiedade, insegurança.” Ela decidiu ir à consulta.
No outro dia, no gabinete, o estagiário perguntou para uma assessora: “Por que você faz terapia?” Brincando, ela respondeu: “Porque eu sou louca”. Dali a dez minutos, ele perguntou, sério: “Você é louca mesmo?” A moça riu, ele ficou confuso. Contribuí com a discussão: “Ah, eu faço terapia. Eu também sou louca”. Rimos os três.
As pessoas entendem “loucura” como algo divertido. Dizem que fulano “é louco” porque é esquentado, coleciona tampas de garrafa, não perde jogo de futebol nem no dia do seu casamento ou porque é muito engraçado. E o que entendem por terapia? Um tratamento para “loucos”. Já que “loucura” pode ser algo trivial, terapia vira sinônimo de luxo ou frescura. Ou é algo que se aplica aos loucos “de verdade” – nesse caso, terapia é para os casos graves, “não para minhas tristezas e aflições”.
Eu passei por vários momentos de desespero na vida, mas, só no ano passado, senti que precisava de uma mão para desatar meus nós. Fiquei abismada de ver como alguém pode revelar tanto a meu respeito a partir de informações que eu mesma forneci – isto é, coisas que, em tese, eu já sabia!
Não deveria ser tão espantoso. Muita coisa a nosso respeito só nos é revelada quando vemos nossa própria imagem no espelho. E a terapia ajuda a enxergar o que era impossível descortinar sozinha: os motivos mais profundos para a irritação e a tristeza, os padrões estabelecidos, as nossas reações “viciadas”.
Nunca tive problemas para falar de minhas fraquezas. Sempre achei importante, por exemplo, falar de depressão. Quando tive a primeira, saber de pessoas que tinham superado uma me ajudou muito.
Mesmo assim, fiquei encabulada em assumir que estava fazendo terapia. Minha agenda é acessada por várias pessoas e não tive coragem de escrever o que faria toda quinta de manhã. Anotei apenas “consulta médica”. Que boboca...
Agora perdi a vergonha. Terapia não é “luxo” nem eu sou louca “de verdade”. Tenho minhas loucuras como quase todo mundo. Mas não preciso sucumbir aos desgostos da vida mais do que eles merecem. É certo ficar triste com algumas coisas. Não é certo não ser feliz nunca. Para dor de dente, dentista. Para dor da mente, terapia.