quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Adulto-velho ou adulto-criança?


Estamos constantemente ouvindo que brincar é importante, mas nem sempre sabemos o que acontece quando a criança brinca. Brincar desperta a curiosidade, a imaginação e uma série de aprendizagens motoras e psicológicas. É evidente então que o brinquedo pode revelar e identidade social da criança e como conseqüência, do adulto que ela virá a ser. Sério isso, né?

Descobri com Eugênio Mussak que a infância não é apenas uma fase da vida, um ciclo biológico que passa. Infância é mais que isso! É um estado de espírito, cheio de qualidades que promovem o desenvolvimento da alma. Sendo assim, a infância não termina quando chega a idade adulta (a não ser para aquelas pessoas que “envelhecem a alma” e se tornam sérios demais, compromissados demais, chatos demais...). Será que você é um adulto-velho ou um adulto-criança?

O texto de hoje foi escrito pela Daniela, Letícia, Natália e Jaqueline, alunas do 8º período do curso de Terapia Ocupacional da UNIPAC Lafaiete. Elas estão contando como é importante brincar.

Lembrando que ser um adulto-criança, como aprendi com o Eugênio Mussak, não é ser alguém irresponsável. Ter uma alma criança é muitas vezes “deixar-se levar pela imaginação, não ter medo de ir contra a maré da “adultice”, de dar risada de si mesmo, abraçar a espontaneidade, correr, gritar, pular, usar o siso somente quando necessário e abusar – e muito – do riso”.

Afinal, brincar é realmente importante?

No decorrer da vida e do desenvolvimento humano, passamos por muitas mudanças, desde a concepção até a morte. Tais mudanças são mais óbvias na infância, sendo que, para que a criança tenha um desenvolvimento físico, biológico e emocional de maneira ideal, é imprescindível que o brincar faça parte de seu contexto, em um ambiente saudável, onde as mesmas possam ser estimuladas.

O ambiente em que a criança vive pode dar diferentes formatos ou moldar aspectos do seu comportamento. O ambiente positivo age como facilitador do desenvolvimento normal, pois possibilita a exploração e interação com o meio. Entretanto, o ambiente desfavorável lentifica o ritmo de desenvolvimento e restringe as possibilidades de aprendizado da criança.

E por meio da sua capacidade de brincar, de explorar o ambiente e executar suas capacidades motoras, sensoriais, emocionais e sociais que a criança constitui a base para estruturação de habilidades, logo que o brincar está presente na vida da criança desde o inicio de sua vida, quando a mesma manipula sua mão e brinca com ela e posteriormente passa a brincar com tudo ao seu redor.

O brinquedo traduz o real para a realidade infantil, como, por exemplo, quando a criança imita sua mãe em uma tarefa da casa. Brincando, sua inteligência e sua sensibilidade estão sendo desenvolvidas. A qualidade de oportunidades oferecidas às crianças, através de brinquedos e brincadeiras garante que suas potencialidades e sua afetividade se harmonizem.

O brincar espontâneo, concentra nele a criatividade e o movimento livre, sendo uma maneira pelo qual a criança se prepara para a vida dentro de sua própria percepção do mundo vivido, assumindo varias formas: “faz-de-conta, fantasia, companheiro imaginário, etc. Através desse tipo de brincar, a criança consegue satisfazer-se e resolver seus problemas”.

Frequentemente, o brincar é visto como recreação, quando deveria ser percebido enquanto fenômeno de recreação, apesar de todos os estudos a respeito do brincar, ele ainda é desconhecido quanto um processo de suma importância para o desenvolvimento e aprendizagem do ser humano, onde o mesmo não é tratado como uma atividade séria, no qual exige da criança esforço intelectual, cognitivo, motor, intra e extra pessoal para a sua realização.

Por isso, a brincadeira contribui para o processo de socialização das crianças, oferecendo-lhes oportunidades de realizar atividades coletivas livremente, além de ter efeitos positivos para o processo de aprendizagem e estimular o desenvolvimento de habilidades básicas e aquisição de novos conhecimentos.

A partir destes conceitos fica evidente a necessidade de considerar que o brincar é um instrumento riquíssimo que auxilia a promover um trabalho preventivo e de intervenção, proporcionando resultados satisfatórios em situações de dificuldades no processo de ensino-aprendizagem.

O brincar é citado como sendo uma atividade de grande importância para o estabelecimento de elos afetivos, indispensáveis para a estruturação de uma personalidade saudável e feliz, sendo um processo que faz parte da vida humana pelo qual a criança se adapta ao ambiente ou adapta o ambiente a sua vontade.

A Terapia Ocupacional que utiliza o brincar como recurso terapêutico, busca estimular a motricidade, o desenvolvimento intelectual, a linguagem e a relação social, levando sempre em consideração as potencialidades que a criança apresenta e não apenas as suas dificuldades, modificando e inserindo novos comportamentos, com o propósito de ajudá-la a superar obstáculos. Para o Terapeuta Ocupacional a brincadeira escolhida é utilizada para estimular determinadas habilidades, não apenas como diversão ou uso do tempo ocioso.

Daniela Miranda e Sousa (danielamsto@yahoo.com.br)

Letícia Louise Tavares de Paula (leticialtpaula@yahoo.com.br)

Natalia Fernanda dos Santos (natyfernanda@yahoo.com.br)

Jaqueline Deborah de Andrade (jaquelinedeborah@yahoo.com.br)

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