As respostas para nossa dúvidas estão dentro de nós mesmos. Quantas vezes não nos enganamos, traímos nossa própria confiança e seguimos por caminhos que mesmo contra nossa vontade nos são apresentados por outras pessoas e parecem ser interessantes?
Muitas pessoas acham que medicamento é santo, que pode tudo. Traem seus sentimentos e procuram nos medicamentos “a cura”. Remédio para engordar, remédio para atenção, remédio para emagrecer, remédio para esquecer o passado, remédio para continuar a viver...O medicamento é apenas um instrumento na área da saúde que ajuda sim, mas que deve ser levado em conta que é algo químico, que nosso corpo não produz e portanto, pode também fazer muito mal.
O artigo de hoje foi escrito pela Letícia, aluna do curso de Terapia Ocupacional da Unipac Lafaiete e fala sobre uma técnica terapêutica de teatro utilizada no tratamento de pessoas com doenças mentais. Outro instrumento da área de saúde, mas que não possui química e não é contra indicado para nada!!!
O legal disso? Mostra que é possível tratar sem ficar preso apenas em medicamentos.
PSICODRAMA: O TEATRO TERAPÊUTICO A SERVIÇO DO TRATAMENTO NA SAÚDE MENTAL
Por Letícia Maria da Silva Almeida
Nosso teatro precisa estimular a avidez da inteligência e instruir o povo no prazer de mudar a realidade.
Bertolt Brecht
O Psicodrama, também conhecido como teatro terapêutico surgiu através de experimentos de improvisação teatral, com o tempo, tornou-se uma ferramenta de trabalho dos profissionais da área de saúde mental. Sua importância acontece no momento em que o sujeito “se vê” na sua própria realidade e consegue construir uma crítica sobre seu comportamento.
Durante uma oficina de Psicodrama um dos participantes que se sente mais a vontade relata uma situação que lhe trouxe questionamentos durante sua vida, logo em seguida outros participantes fazem a dramatização da cena. Neste momento os demais observam o fato conforme aconteceu, e surge a oportunidade para o grupo completo discutir o tema em conjunto, mediado por um coordenador.
No teatro todos os homens são mobilizados e se deslocam do estado de consciência para o estado de espontaneidade, do mundo dos efeitos reais, dos pensamentos e sentimentos reais, para um mundo de fantasia que inclui a realidade potencial.
Através da oficina de Psicodrama todos os participantes são convidados a interagir com os problemas do outro, passando a “se colocar” no lugar do outro, vivenciando situações que também fazem parte de seu cotidiano. Desta forma colaborando para facilitar a compreensão e/ou resolução das questões que lhe trazem conflitos.
As oficinas terapêuticas são ferramentas utilizadas pelo terapeuta ocupacional. A Terapia Ocupacional vem se aperfeiçoando cada vez mais na abordagem de atendimento aos indivíduos acometidos pela doença mental. Este atendimento ocorre principalmente em Centros de Atenção Psicossocial ou CAPS.
Com a implantação da rede de serviços substitutivos, o terapeuta ocupacional passa a ter uma prática voltada para atender os pacientes graves fora da internação psiquiátrica. Diferente da ação periférica e desqualificada desenvolvida no hospital psiquiátrico, cuja atuação era basicamente ocupá-los para manter a ordem, com pouca interferência na promoção de saúde e na melhora da condição de vida dos mesmos.
Através das oficinas terapêuticas prioriza-se estratégias que viabilizem a construção de vínculos sociais e produtivos. Dentro dos objetivos da oficina de psicodrama podemos citar: desenvolver atividades como instrumento de auto-valorização, visando a ampliação dos espaços socioculturais e à emancipação pessoal e social; criar alternativas para um maior enriquecimento do cotidiano, proporcionando oportunidades para a expressão criativa e individual; propiciar momentos de reflexão sobre atitudes, conceitos e valores acerca da dependência química; prevenir a solidão e o isolamento; incentivar a participação e potenciar a inclusão social; fomentar as relações interpessoais e intergeracionais; fortalecer vínculos com a família e a comunidade.
2 comentários:
Ficaram otimas as fotos.
Muito bom artigo! Parabéns Letícia.
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